O trabalho busca analisar sobre como se deu o emprego da linguagem neocolonial em edifícios cívicos de Cuiabá, construídos no final da década de 1930 e durante a década de 1940, como fruto de políticas do governo Vargas durante o regime conhecido por Estado Novo. Para isso, foi realizada a análise do movimento neocolonial desde sua gênese e, sobretudo, sua proposta de ruptura em relação a arquitetura eclética, em oposição ao uso de estilos importados e de busca por uma arquitetura nacionalista, responsável por justificar suas características arquitetônicas. Em Cuiabá, foram encontrados edifícios que utilizam o neocolonial em um estágio de simplificação, com supressão dos elementos decorativos e com incorporações de atributos do chamado estilo missões, além da mesclagem de elementos de outros estilos. Em sua maioria, as edificações aparentam uma preocupação maior com as questões funcionais e buscam resolver a estética do edifício com jogo de volumes operado principalmente pela presença de varandas e arcos. Através desta análise foi possível perceber algumas diferenças entre o neocolonial presente nos edifícios de Cuiabá e aqueles construídos durante a década de 1920 nos grandes centros, a principal delas seria o abandono da carga ideológica original do movimento na arquitetura do início do século XX.